Eugênio Cunha | Educação do paladar
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Eugênio Cunha | Educação do paladar



Crianças não se satisfazem, por exemplo, em saborear uma fruta, pois se acostumaram com alimentos que contêm muito açúcar



Ouvi, certa vez, o relato de uma mãe acerca da dificuldade do filho em comer legumes, frutas e até o trivial arroz com feijão. O menino só comia alimentos industrializados.

A mulher se dizia refém da criança, achando que o filho jamais aceitaria uma maçã. Essa situação é cada vez mais comum entre as famílias brasileiras, pois são os produtos industrializados os mais introduzidos nos lares. Em razão disso, ocorre uma educação do paladar, na qual a percepção natural do sabor é substituída por uma sensação cada vez mais artificial.

Crianças não se satisfazem, por exemplo, em saborear uma fruta, pois se acostumaram com alimentos que contêm muito açúcar. Isso sem falar de sódio, conservantes e corantes. Uma geração inteira está sendo ensinada a consumir e a gostar apenas do que não é saudável.

As consequências são sérias: levantamento do IBGE em parceria com o Ministério da Saúde alertou que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Entre os meninos, 16,6% são obesos; entre meninas, 11,8%.

É claro que não somente a alimentação tem sido a vilã nessa história. Há outros fatores, como a falta da prática de exercícios. Normalmente, quando os pais são sedentários, os filhos tendem a ser também, podendo futuramente desenvolver hipertensão e diabetes.

Além disso, nos últimos anos, alguns estudos têm tentado responder a questões concernentes a toxidade de alimentos e de metais pesados, que estão no ambiente, prejudicando a aprendizagem escolar de alunos de diversas idades.

Stephanie Seneff, bióloga PhD, aponta os transgênicos e os pesticidas como uns dos principais responsáveis para complicações neurológicas em crianças. Philippe Grandjean, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA), afirma que uma grande preocupação é o elevado número de crianças que são afetadas por danos tóxicos ao desenvolvimento do cérebro.

Há redução na capacidade de atenção, atraso no desenvolvimento e mau desempenho escolar. No início de mais um ano letivo, é preciso alertar país e educadores acerca dos riscos que uma má alimentação pode trazer. A educação alimentar é essencial para uma boa educação escolar.


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